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terça-feira, 7 de agosto de 2012

Fontes de apoio

Por alguns dias sentei aqui para escrever e a inspiração parecia fugir, escorregou das minhas mãos como um sabonete naqueles dias de banho frio quando você só quer ficar embaixo da água quentinha. Agora tive vontade de escrever, para falar um pouco sobre o quanto às vezes a gente não percebe que a sensação de sentir se feliz pode estar mais perto do que imaginamos. Ficamos preocupados demais em estarmos felizes e principalmente em não demonstrarmos essa felicidade com medo que o sabonete escorregue de novo e que a gente não consiga pegar e acabamos ficando escondidos na tristeza. Seria pretensão minha dizer que não nos sentimos tristes algumas vezes, que a saudade insiste em nos acompanhar em alguns momentos da vida, que o choro vem e que a gente não consegue controlar, que às vezes a gente desabafa e chora e exagera pra colocar as coisas pra fora, mas dizer que a vida é triste é um apego exagerado ao negativo. Outro dia uma paciente me perguntou como é perder alguém que a gente ama? Como a vida continua depois de uma perda tão grande? E eu respondi imediatamente, a vida segue, isso passa, a dor vem à saudade consome, porém ficar pensando nisso nos derruba. Gosto de dizer que na vida seguimos caminhando em um terreno desconhecido, que vamos andando sem saber direito onde estamos pisando, e que por vezes encontramos armadilhas, buracos escondidos, disfarçados e que se pisarmos nele provavelmente a gente vai cair nos estatelarmos lá em baixo. É praticamente inevitável a gente não cair algumas vezes em armadilhas como esta, contudo, a gente pode cair sim mais se tivermos fontes de apoio, esse tombo pode ficar bem menos dolorido. Eu chamo de fontes de apoio pequenos galinhos de força que a gente consegue se segurar: Os bons relacionamentos, amigos de perto ou de longe que a gente pode conversar de vez em quando, uma boa caminhada no sol, ouvir uma música agradável, um jogo, um brinquedo, um abraço que não precise de palavras. Todas essas coisas e mais um monte delas pode nos dar sustentação para que a gente se escore assim, se cairmos, o que é realmente inevitável, vai ficar bem mais fácil levantar. Ficar lá em baixo remoendo a tristeza não vai nos levar a lugar algum, não adianta nem pedir por socorro, pois ninguém vai escutar e se ouvir pode até passar por perto e pensar que não adianta que você não quer sair de lá. E com tudo que passei aprendi que o primeiro passo só depende você, comece agora... Um pouquinho a cada dia, uma ligação para uma pessoa querida, alguns minutos de caminhada ao sol, a leitura de um texto agradável ou até aquela música que você gosta de ouvir. Tenho certeza que com atitudes que parecem pequenas, que você conseguirá subir e RECOMEÇAR.

2 comentários:

Aline disse...

Sábias palavras ao dizer que escolhemos e nos responsabilizamos pelos nossos sentimentos ...!!!
Beijos
"Figuei"

Eliza disse...

É isso mesmom temos que ser fortes, passar por obstáculos e recomeçar todos os dias.Cada dia de uma vez.
Texto maravilhoso!!!

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