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quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Logo depois do acidente

Ficamos em Curitiba até a missa de sétimo dia...Foi uma semana escura, triste, dolorida...Todos os dias os tios( de verdade e os amigos tios) faziam reunião...em uma mesa grande que tem na casa da minha tia R. a irmã da minha mãe. O tema da reunião era: "O que vamos fazer com as meninas???" Claro que nós 3, no auge da adolescencia, queríamos mesmo era ficar em Floripa, e voltar pra nossa vida, mais que vida??? o que tinha sobrado daquela vida?
Depois da missa recebemos a notícia de que ficaríamos as 3 juntas em Curitiba. A tia R. e o tio J. assumiriam a gente a gente ia morar na casa dela. Aquela notícia caiu como mais uma bomba.Mais a gente realmente não tinha escolha. Hoje eu acho quu foi a melhor coisa que alguém podia ter feito por nós. Voltamos pra nossa casa em Floripa, juntamos as roupas só as roupas e viemos embora pra Curitiba, morar na casa da tia R.
Foram meses, quase 1 ano de inconformismo, brigas, discussões e choro muito choro. Eu passava os dias escrevendo cartas para minhas amigas e me pendurando no telefone, comecei a estudar em um colégio novo que eu realmente não gostava. A gente não gostava de nada!! nada aqui era legal.Nada diminuía aquela dor..nada tirava aquele vazio. Tínhamos um tio o tio Carlos, ele era maravilhoso., nos levava pra casa dele nos finais de semana, pedia lanches, contava piadas...e tinha também a tia Laura irmã do meu pai - ela lembrava muito minha mãe, nos dava conselhos, cuidava da gente. mais ela estava muito doente e logo partiu também...mais uma perda.o tio Carlos também partiu logo depois. E tudo ficava ainda mais confuso. A tia R. e o tio J faziam de tudo para que ficássemos bem.Mais nada, nada tirava aquela dor.
Depois de alguns meses, quase 1 ano na casa da tia R, os tios(de verdade) resolveram que deveríamos recomeçar nossa vida, montaram um apartamentinho, e lá fomos nós 3 e a táta. Alí começamos a recomeçar..Minha irmã mais velha entrou na faculdade, eu arrumei meu primeiro emprego, a Luana estudava e entrava de verdade na adolescencia. Ali a gente ficou por mais ou menos 1 ano.Logo fomos para um outro apartamento onde realmente recomeçamos!!! E lá começamos a descobrir que existia vida e felicidade em Curitiba.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

AMAR É PARTILHAR

Estou aqui hoje para falar-lhes sobre o primeiro momento bem difícil que passei em minha caminhada...acredito realmente que tenho hoje potencial para amar,mas é apenas um potencial, e hoje coloco aqui meu desejo de amar! e pra mim, AMAR é partilhar..como tenho muito a partilhar, me empolgo com isso. O que espero é que possamos partilhar juntos.
Foi em abril de 1991, logo depois do feriado de Páscoa quando tínhamos feito mil planos em família, o pai e a mãe precisaram vir a Curitiba - morávamos em Floripa - eles vieram na segunda e voltariam na terça. Na terça bem cedinho, meu pai ligou para me acordar para ir para a escola - eu só saía da cama quando escutava o bom dia dele, que era sempre animado! Então falei com ele rapidinho, escutei o bom dia animado dele e na despedida ele disse: - Fica com Deus que de tarde a gente está em casa. Baixinho escutei a voz da minha mãe: - Não fala isso Celso, pois ela vai ficar esperando. E eu fiquei mesmo! O duro é que eles não voltaram...nunca mais acordei com aquele bom dia animado que eu tanto gostava, e tive que aprender a conviver sem isso também.
Aquele dia foi um dia triste. Acho que o primeiro dia triste da minha vida...foi uma correria lá em casa, pessoas ligando, disfarçando a voz, preocupadas, tensas.Eu sabia que havia algo errado...até que duas tias(amigas que eu chamo até hoje de tia) disseram que eles tinham sofrido um acidente na estrada, mais que já estavam bem! eu sabia que eles não estavam bem do jeito que eu queria que estivessem, pela tensão das pessoas era algo nada bem! E assim passamos a noite, eu e minhas irmãs perdidas no meio daquele monte de gente, minha casa ficou cheia de Tios(até hoje amigos).Pegamos o primeiro voo para Curitiba, e quando chegamos no aeroporto, mais um monte de gente! Tios e primos(agora de verdade) e nós assustadas 3 crianças sem entender nada..nossa Táta estava junto. Ela também estava assustada. Até que Perguntei para minha prima onde estavam os meus pais e ela disse: - Não se preocupe, nessa hora eles já estão na capela!! assim de supetão..no meio da minha cara. Foi assim que eu fiquei sabendo que eles tinham morrido. Então percebi que minhas irmãs também tinham ficado sabendo e que eu teria que cuidar delas..e da minha táta. Lembro que no caminho quando o carro parava no sinaleiro, eu olhava pra fora e via todo mundo me olhando com cara de pena, nunca gostei que me olhassem com cara de pena.Nas bancas, o jornal estampava na capa uma página inteira sobre o acidente, com foto, sim, vi meu pai no meio das ferragens e isso doeu demais!! uma dor que eu nem sei explicar...Quando chegamos na tal capela, ali estavam dois caixões lacrados, sem nem um buraquinho e meus pais ali dentro. Não pude me despedir, não pode abraçar, não pude nada...Um caminhão passou por cima do carro deles e levou eles embora daqui..só sobrou os dois caixões lacrados!!! Só isso!!
E com isso a vida que eu contei na primeira postagem mudava totalmente... Isso foi em 2 de Abril de 1991!

sábado, 7 de agosto de 2010

Dia dos Pais...

Amanhã é dia dos Pais, e como todo mundo lembrou dele na primeira postagem vou falar mais um pouquinho do meu amigão...Já fazem quase 20 anos que ele partiu desse mundo, mais ainda guardo sua imagem como se ele estivesse aqui..Ele era realmente um cara legal,é difícil transmitir em poucas palavras o que ele representava, as vezes eu ainda escuto as brincadeiras e bagunças dele, ele vivia aprontando!!!
Eu não sei dizer o que mais gostava nele, tudo era diferente...se todos os pais fossem como ele era as crianças seriam mais felizes...ele tinha orgulho da gente, elogiava, brincava era companheiro...ele participava de tudo...minha mãe sempre trabalhou muito, e ele não era muito fã do trabalho, então passávamos a maior parte do tempo com ele, no trabalho eu ia junto, pro futebol eu ia junto, pro clube eu ia junto...onde ele estava, estavam os chaveirinhos dele...Morria de vergonha quando ele ia buscar a gente nas festinhas e fazia questão de entrar na festa ou descer do carro e ficar parado com aquele barrigão e tentando fazer uma cara de bravo...ele se achava também...certa vez em uma viagem ele comprou uma bermuda que parecia um saco de estopa com umas estampas alaranjadas era HORROROSA...e ele achava linda!!! e tem mais: ele não dizia Alô! quando atendia o telefone, ele berrava: - PROOONNTTTOOO!! QUEM FALA LÁ DO OUTRO LADO DA LINHA...e tem mais um monte de coisas que se eu ficar falando aqui vou ficar horas escrevendo...mais o legal mesmo é lembrar que ele era realmente assim...divertido, amigo, gente fina, que ele me ensinou a dar valor aos amigos, as festas, a vida!! e achar o lado engraçado das coisas!!!Sinto que não estamos distantes, e sim unidos e se alguém me perguntar porque choro de noite, direi apenas que choro a alguém que não verei jamais, choro o amor e a saudade que do meu peito sai, estou chorando a Adeus mudo do meu eterno e amado pai.
HOJE VOU ABRAÇAR E HOMENAGEAR MEU MARIDÃO PAI DAS MINHAS FILHAS..E DESEJAR UM FELIZ DIA DOS PAIS PARA OS MEUS AMIGOS PAIS, QUASE PAIS E COMO PAIS PRA MIM...
FELIZ DOMINGO DOS PAIS!!!

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Seguindo por aí...e por aqui

Bom dia...
Hoje é segunda-feira, a primeira segunda de agosto, a gente escuta tantas coisas chatas sobre o mês de agosto, que é o mês das bruxas, que não é legal começar as coisas, fazer mudança, casar. Eu não acredito em nada disso, eu acho mesmo que é sempre bom começar algo novo, as mudanças são sempre bem vindas, o que importa é a energia que você coloca naquilo que buscas. Por isso estou aqui hoje:para começar algo novo, mesmo que seja na primeira segunda feira de agosto.
Aqui eu quero conversar, orientar, contar sobre um monte de coisas que aprendi nos caminhos da vida, eu sei um pouco sobre um monte de coisas, mas quero direcionar minhas postagens para as experiências que vivenciei, acredito que posso te ajudar a encontrar respostas para algumas coisas que parece não ter sentido agora.
Então eu vou falar um pouco de mim, e um pouco de pessoas que fazem parte da minha caminhada.
Minha vida é um aprendizado diário, as coisas não acontecem tão normalmente como a maioria das pessoas. Acho que voces vão gostar de saber um pouco como foi tudo isso.
Nasci em uma família maravilhosa, quase uma propaganda de margarina. Meu pai era advogado, na verdade ele era um homem alegre, se formou eu já tinha 6 anos de idade, minha mãe deu a maior força pra ele conquistar esse objetivo, ele era um cara legal, sempre de bem com a vida, fazendo piadas de tudo e colocando apelidos em todo mundo...ele adorava futebol e cerveja, ele era um paizão! Bom camarada, amigo, companheiro, conselheiro, ciumento, apaixonado e amoroso. Minha mãe era o exemplo de calma, ela era professora universitária, era doce, meiga, companheira, conselheira, era uma pessoa suave! Era evoluída, espiritualizada, inteligente e linda!Acho que ela não sabia dizer não; apenas nos explicava as consequências da nossa escolha, e geralmente estava certa. Era um casal legal, sempre juntos, saíam pra dançar, jogar canastra com os casais de amigos, discutiam e conversavam sempre com as ponderações dos dois. Eu tinha também uma Táta, ela foi trabalhar na minha casa quando em nem tinha nascido. Ela não sabia ler, nem escrever, mas era cuidadosa com a gente, e super pontual acho que ela me estragou um pouco, não deixava a gente sequer tirar o prato da mesa, tudo era a Táta. Eu era a filha do meio, sempre achei estranho ser o recheio do sanduíche e muitas vezes me aproveitei disso, sempre fui manhosa e dramática, nunca levei uma única palmada. Eu era a do meio de duas irmãs. A primeira é dois anos mais velha que eu,  era a primeira aluna em matemática,  bailarina e com energia e alegria e a gente estava quase sempre juntas, mesmo sendo duas cancerianas com personalidades bem diferentes. E a minha caçula era a Luana, uma estrela do mar,a nossa bonequinha, 4 anos mais nova que eu, estava sempre comigo, éramos muito companheiras.
Nossa casa estava sempre cheia de gente, as amigas,as amigas das amigas estavam sempre por lá.Nos finais de semana meu pai acordava a gente cedo com um belo café da manhã e enchia o carro de meninada, clube, praia, festinhas.Ele fazia questão de levar e buscar. 
E assim fui crescendo até os 15 anos,só até eu completar 15 anos...
Na próxima postagem eu conto um pouco o que aconteceu depois. Agora preciso atender a Laís que acabou de acordar e está um frio de rachar aqui em Curitiba hoje.
Beijo, bom dia e boa primeira segunda feira de agosto!!!

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